Hospital São Camilo vai receber R$ 1 milhão da Câmara de Vereadores
Em meio a crise financeira dos hospitais das regiões Metropolitana e Vale do Sinos, o Hospital São Camilo, de Esteio, vai receber R$ 1 milhão, resultado da economia em diversas frentes realizada pela Câmara de Vereadores durante este ano. O recurso representa 12,17% do orçamento do Legislativo, do total de R$ 8,2 mil de repasse do duodécimo anual. Esta é a maior devolução da história no município. Entre as maiores restituições estão a de 2004, quando o Legislativo devolveu à Prefeitura, R$ 800 mil e, no ano passado, o Legislativo devolveu ao Executivo R$ 700 mil. A entrega do documento com a redução no orçamento foi realizada na manhã de hoje(28), no gabinete administrativo, ao prefeito Leonardo Pascoal, pelo presidente da Câmara, Sandro Severo (PSB).
O presidente destacou a indicação do recurso para a fundação, visto as dificuldades enfrentadas pelos hospitais devido a falta de repasse, especialmente em relação a pactuação do Estado. "Estamos redirecionando esta verba para o hospital, um dos poucos que vem mantendo o atendimento aos pacientes na região", disse. Já o prefeito agradeceu a atitude e disse que o recurso deverá ser repassado ainda nesta semana ao hospital. "Esta verba chega em boa hora para auxiliar a fundação", garantiu.
Para Sandro Severo, que teve o projeto aprovado na noite de ontem(27), o cuidado com dinheiro público acontece nos mínimos detalhes. Este ano, com a implantação do sistema informatizado, houve uma redução de 62% dos gastos com papel. A meta, segundo o presidente, é chegar a 100%, deixando o processo legislativo totalmente eletrônico. Além disso, depois de negociar, a Casa conseguiu reduzir o custo do serviço de segurança e do contrato com a empresa de estágios, além outras despesas, a exemplo de água e luz.
Sandro também destaca que a Câmara de Esteio é uma das mais enxutas da região. Diferente de algumas cidades da Região Metropolitana e Vale do Sinos, onde algumas casas legislativas que têm despesas com diárias, os vereadores esteienses, ao todo dez (número que poderia chegar a 17 conforme a Constituição) não possuem o benefício desde 2012. Outro ponto positivo anunciado pelo presidente refere-se as despesas com pessoal. O total chega a 2,33%, nos últimos 12 meses, longe do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 6%. Também não há verba de gabinete e 13º salário para vereador ou telefone pago pelos cofres públicos, assim como o presidente da Câmara não recebe verba de representação. Resultado: "sobra mais para investir na cidade.", afirmou, reforçando que "nunca é desembolsado dinheiro público para nossa despesa. Nós pagamos do nosso próprio recurso".
Constitucionalmente, a Câmara de Vereadores poderia receber 7% dos recursos correspondentes as dotações orçamentárias (o duodécimo). Entretanto, a Casa não chega a gastar este valor. Do orçamento de 2017, por exemplo, o Legislativo teria direito a utilizar mais de R$ 10 milhões, mas o valor realizado ficou em R$ 6,4 milhões, 4,13% dos gastos totais. E a previsão para o final de 2018, de acordo com Severo, é de baixar ainda mais. "Trata-se de responsabilidade na gestão da verba pública. Esta era uma das minhas metas, através de planejamento e de gestão, devolver ao prefeito este montante para aplicar no nosso São Camilo No final de dezembro ainda teremos mais recursos a devolver aos cofres públicos, talvez em torno de R$ 200 mil. Vamos aguardar o encerramento contábil do ano", finalizou.
Por Terezinha Bobsin