Comissão de Saúde vai cobrar do governo do estado repasse ao Hospital São Camilo


Repasse da pactuação 100% SUS não chega hospital há cinco meses, totalizando R$ 12,2 milhões. Sem recursos, o hospital corre o risco de reduzir serviços

    A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores vai se reunir nos próximos dias com o Secretario Estadual de Saúde, João Gabardo Reis. A decisão foi tomada hoje(7), à tarde durante a reunião entre os vereadores Jaime da Rosa (PSB), Beatriz Lopes (PT), Michele Pereira (PT)  e Harri Zanoni(PSB), além do diretor Administrativo da Fundação de Saúde Pública Hospital São Camilo, Norberto Bierhals. A ideia, de acordo com o presidente da comissão, Jaime da Rosa, é cobrar o repasse devido pelo governo do Estado, que chega a R$ 12,2 milhões, resultado da pactuação 100% SUS entre estado e município, para que a instituição possa continuar com a manutenção dos serviços médicos e ambulatoriais pelo Sistema Único de Saúde(Sus).
      Na oportunidade, o diretor informou que o último recurso enviado à fundação foi feito em abril e refere-se a dezembro de 2015. "A verba mensal pactuada é de R$ 2,4 milhões, que incluem programas como o incentivo de orçamentação; gestante de alto risco, traumato/ortopedia; Porta Aberta e Saúde mental e estadual", disse. Bierhals garantiu que o hospital não tem mais de onde tirar recursos, apesar de estar recebendo apoio da prefeitura.  "Estamos pagando em dia o funcionalismo, mas o atraso maior é com os contratos de empresas que prestam serviço ao hospital. Não estamos conseguindo pagar, especialmente em função da falta de repasse do estado", alegou.
   Segundo o diretor, o reflexo da ausência de transferência da verba acordada já está sendo sentida pelos fornecedores, especialmente nos serviços  de traumatologia, área onde está há suspensão de alguns serviços ambulatoriais. "O  atendimento será apenas para fraturas expostas", explicou. O questionamento sobre  a suspensão dos serviços  havia sido alvo de documento aprovado em Plenário, a pedido do vereador Leonardo Pascoal(PP).  De acordo com Bierhals, a suspensão se deve ao atraso nos pagamentos dos meses de fevereiro, março e abril de 2016. "Entretanto, não há rescisão de contrato. Os pagamentos eram realizados sempre no 15º do mês produzido", informou, salientando que os atrasos iniciaram-se em 2015. O diretor ainda relatou que foram reduzidas as despesas da fundação, mas que é insuficiente.  "Alinhamos os pagamentos dos médicos conforme suas especialidade e reduzimos drasticamente as horas extras para dar conta, mas estamos sem alternativas", relatou.
O documento solicitando a reunião com o Secretário estadual de Saúde, aprovado em Plenário, será encaminhado ainda nesta semana ao governo do estado. Para participar da reunião, será formada uma comitiva integrada pela fundação, vereadores, conselho e Sindicato dos Servidores Municipais de Esteio(Sisme).

Por Terezinha Bobsin - reg prof MTB/RS 7156
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