Esteio: Comunidade do bairro Três Marias reclama da situação dos animais de rua
06/09/2013 - Os vereadores da Comissão de Saúde, Meio Ambiente, Leonardo Pascoal(PP), Harri Zanoni (PSB), e a assessoria da vereadora Michele Pereira (PT), os vereadores Rafael Figliero(PTB) e Beatriz Lopes(PT), além da comunidade, representantes do Executivo e ONGs, estiveram reunidos ontem (5), no Salão da Igreja Santo Antônio Maria Claret, no bairro Três Marias, para debater situação de animais soltos pelas ruas da cidade. A proposta partiu do vereador Leonardo Pascoal, a partir de demanda da sociedade, que busca consenso no que se refere ao destino destes animais, mais especificamente, os cães.
Na oportunidade, os moradores apontaram uma residência no bairro onde estão alojados, mais de 40 cães, a maioria, segundo eles, doente." A pessoa que recolheu os cachorros não tem mais condições de cuidar, pois também está doente", relatam. A ex-presidente da associação de moradores, Dirce Bloedow, reforçou a informação e explicou que na residência também encontram-se um bebê e uma pessoa portadora de necessidades. Situação crítica também informa o morador Igor Pacheco de Deus. Ele relatou que o carteiro não chega mais há muitos locais do bairro e ao lado de sua casa, há uma residência abandonada com vários cães. A comunidade também reclamou dos cavalos soltos, que acabam machucando os moradores. "Eles rasgam o lixo e atacam as pessoas. Inclusive, o carteiro não consegue chegar no bairro, em função dos cães. Também flagramos, várias vezes, uma moto largando cachorros no bairro. Chamamos a Brigada Militar, mas não temos tido sucesso", relatam .
A presidente da ONG Gata, Ana Cardoso, disse que falta conhecimento por parte da população, principalmente sobre a posse responsável do animal e da necessidade de adoção. Ela explicou que foram realizadas 20 castrações no bairro Três Marias e que, neste ano, foram realizadas 300 castrações. "O canil municipal ainda tem disponível algumas castrações", afirmou. Sobre a adoção, a moradora Dirce Bloedow, afirmou que todos os moradores têm cães adotados e que, a maioria, não tem condições financeiras de adotar mais. Para o veterinário Mateus Lange, do Conselho Regional de Veterinária, o problema é de saúde pública, de responsabilidade do gestor, que precisa apresentar póliticas públicas para resolver a situação e dos proprietários, que abandonam os animais. "Construir um canil não é a solução, pois vai aumentar porque o abandono continua", falou. Para o profissional uma ação conjunta, investindo em educação; punição aos maus tratos e esterilização dos animais precisa ser adotada . Segundo a vereadora Beatriz Lopes (PT), é necessário realizar um censo para que seja encontrada solução a curto, médio e longo prazo. " Uma campanha educativa também pode partir das escolas, com nosso apoio", salienta.
O presidente da Comissão de Saúde, Leonardo Pascoal, ressaltou que a Comissão não tinha intenção de trazer soluções mágicas para o problema que é crônico e destacou que a posse responsável e a orientação aos moradores, poderiam ser incluídas nas ações do Programa Estratégia da Família (PSF). "Por enquanto temos apenas duas equipes de PSF, mas, certamente vai aumentar", disse. Para o vereador é preciso elaborar um plano de ação viável que integrem a adoção responsável, a educação, as denúncias e a esterilização. Já o vereador Harri Zanoni(PSB), entende que o Executivo não está cumprindo o seu papel. Ele sugere que seja realizado um cadastramento dos animais e definir políticas públicas para solucionar o problema instalado.
Também o vereador Rafael Figliero (PTB), entende que é preciso ampliar os recursos para que as entidades e ONGs possam trabalhar efetivamente. Para o secretário Meio Ambiente, Valmir da Silva, o interesse pela causa faz sentido. Ele reforçou que estão sendo incluídos recursos financeiros no Plano Plurianual (PPA); que estará sendo criado, em breve, o Fundo Municipal do Bem Estar Animal - o projeto está em fase de elaboração - ; que em 2014 será criado dentro da secretaria o departamento específico para cuidar das políticas para proteção dos animais e que será elaborado o Estatuto de Proteção do Bem Estar Animal. O secretário garantiu que na próxima semana estará levando 30, dos 40 animais da residência apontada pela comunidade, para esterilização.
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Por Terezinha Bobsin.
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