Uma Audiência Pública solicitada por moradores atingidos pela última enchente foi realizada na tarde de quarta-feira (14), no plenário da Câmara. A proposta da audiência foi discutir junto aos vereadores e membros do Executivo, algumas questões trazidas pela comunidade atingida. Os moradores pediram esclarecimentos quanto ao atendimento da Defesa Civil Municipal, que segundo eles não teria conseguido atender de forma satisfatória todos os afetados. Questionaram, também, que ações preventivas estão sendo tomadas para minimizar as consequências de eventuais enchentes; perspectivas de prazo de obras estruturantes para combater as enchentes; quais formas de cadastro das famílias atingidas e ainda quais os prazos para a liberação do FGTS das famílias atingidas.
A moradora da Rua Bento Gonçalves, Fabiana Garrido, lembrou que foram 12 os pontos de alagamento, que atingiram 600 famílias. A moradora contou que não foi procurada para fazer o cadastro. Segundo ela, há na Rua Fernando Ferrari aglomeração de lixo, e na rua Bento Gonçalves, no Bairro São Sebastião, no trecho onde corta o arroio está tomado por árvores caídas, que obstruem o fluxo de água. “Na nossa rua,não vemos nenhuma limpeza. Algumas vezes os funcionários das obras limpam rapidamente, porém é preciso que haja uma limpeza mais completa e constante”, disse.
A vereadora Michele Pereira (PT) perguntou a respeito das ações preventivas para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, já que são meses com mais ocorrências de chuvas e temporais. De acordo com o Secretário Flávio Hiller, foram realizadas ações efetivas no decorrer do ano 2011 até 2012 no que diz respeito as limpezas de boca de lobo e dragagens dos arroios: “Contemplamos toda a região do Bairro São José”, afirmou. Ele explicou que durante o período da chuva, a intensidade de vazão de água que saiu do arroio sapucaia fez com que a tubulação não desse conta de receber essa água que vinha do arroio sapucaia. Hiller afirmou, ainda ,que todas as ruas que sofreram com o alagamento foram redefinidas e que a última dragagem foi realizada em 2009.
Conforme o Tenente Terra, da coordenação da Defesa Civil no município, a atuação da defesa civil funciona como uma coordenadoria, não tendo um efetivo fixo, ele explicou que se trabalhou continuamente e que se conseguiu dar um grande atendimento para a população e que há uma proposta de construir núcleos comunitários para que os moradores possam atuar junto ao órgão governamental da Defesa Civil nestas situações.
Para o Tenente Nelson Dalamaria que responde pelo Comando do Corpo de Bombeiros do Município, a enchente aconteceu em decorrência da incidência de chuva de 185 milímetros em dois dias. Dalamaria apontou aspectos positivos considerando as circunstâncias pelas quais se teve de prestar socorro à comunidade: “Nós tivemos alguns locais de risco em que removemos pessoas, porém não tivemos pessoas acidentadas, não tivemos afogamentos , nem incidência de descargas elétricas”. Dalamaria falou também sobre a possibilidade da compra de dois barcos para a instituição: “Precisamos de equipamento que consiga atender à necessidade. Um barco serviria para acessar locais pequenos e outro seria utilizado em caso de correnteza", disse.
A Secretária de Assistência Social Sueli Luiza Peres destacou que as famílias que não foram cadastradas devem procurar a Secretaria e realizar o cadastro e que o FGTS já foi solicitado e aguarda homologação Estadual e Nacional.
A Audiência contou com a presença dos membros da Comissão de Habitação, Leonardo Dhamer (PT), Vereadora Jane Battistelo (PDT) e o Vereador Jaime da Rosa (PSB) e da Comissão de Segurança, composta pelos vereadores: José Sirlon Ribeiro e Harri Zanoni (PSB), além dos vereadores Tânia Marli Rodrigues (PTB), Michele Pereira (PT), o Secretário de Obras e Viação Flávio Hiller, Secretária de Planejamento Bernadete Konzen de Planejamento e Gestão, Secretária de Assistência Social Sueli Luiza Peres.