15/05/2012 - Câmara de Esteio e entidades buscam solução para problemas no Abrigo Municipal
Depois de três horas de relatos e esclarecimentos sobre as denúncias de suposto uso de drogas, agressões à funcionários e abuso de menores, entre 6 e 18 anos, - ao todo 17 - que moram no Abrigo Municipal de Esteio Construindo Novos Sonhos, as entidades resolveram partir em busca de uma solução para o problema. A medida foi adotada na última segunda-feira (14) em reunião proposta pelo vereador Jaime da Rosa (PSB), na Câmara de Vereadores, com a presença da Promotoria Pública, Conselho Tutelar, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), vereadores, Executivo e Delegacia de Polícia de Esteio. O debate foi coordenado pelo presidente da Câmara, Felipe Costella (PMDB).
Também o presidente do Comdica, Manoel Pedro Rodrigues, disse que o conselho já liberou R$ 31 mil para compra de equipamentos e R$ 5 mil para atendimento médico. "É preciso que o abrigo atenda integralmente o Estatuto da Criança e do Adolescente", comenta.
Já o presidente da Ame, Rubem Rieger, ressalta que estes problemas, em menor escala, ocorriam também na Ame. "A Ame não tinha mais estrutura física para atender estas crianças,", explicou. Rieger disse que a Ame também não estava mais dando conta da situação, com o crescente uso de drogas.
O Promotor da Infância e da Juvetude, Gustavo Zetler, que está há dois meses frente à promotoria, disse não entender a falta de solução para a situação dos abrigados. "São várias instituições envolvidas com boas intenções. Porque não foi resolvido ainda?", questiona. Zetler disse que já tem uma criança internada por sérios problemas com dependência química.
Segundo o secretário de Articulação e Comunicação, Siegfried Bernich, a prefeitura está reformando o local para divisão dos internos e está contratando novos profissionais.
A coordenadora do abrigo, Juliana Flores, explicou as dificuldades enfrentadas desde a inauguração e destacou que, com o problema instalado, em especial sobre a dependência química, eram necessárias medidas para conter a situação. "Precisamos de suporte da rede especializada, oferecendo atendimento a saúde e à dependência química", disse.
A vereadora Tânia Marli Rodrigues(PTB) destacou a preocupação com as meninas internas. "É preciso orientação e atendimento médico-ginecológico para estas abrigadas", avisa. Já a vereadora Michele Pereira (PT) lembrou que a Câmara aprovou, em regime de urgência, profissionais para o atendimento. Também a vereadora Therezinha Heller (PPS) salientou que faltou organização do Executivo quando colocou pessoas que não estava preparadas para atender a demanda. Harri Zanoni (PSB) reforçou que os trabalhadores recebem um baixo salário - R$ 830,00 - e sem segurança. O presidente da Câmara, Felipe Costella, questionou se os problemas já ocorriam na Ame e se houve uma mudança no perfil das crianças que chegaram ao abrigo. Já o vereador Luiz Duarte (PTB) apontou a questão estrutural do abrigo, que precisa receber reformas com urgência.
Entre as sugestões para auxiliar na proteção dos funcionários está a contratação de uma empresa de segurança, proposto do vereador Jaime da Rosa. Além disso, em 30 dias, haverá uma nova reunião para avaliar a situação dos internos do abrigo. Participaram do encontro os vereadores os vereadores Leonardo Dahmer (PT) e Jane Battistello (PDT).
Por Terezinha Bobsin Reg prof MTb 7156