15/05/2012 - Câmara de Esteio e entidades buscam solução para problemas no Abrigo Municipal

Câmara de Esteio e entidades buscam solução para problemas no Abrigo Municipal

      Depois de três horas de relatos e esclarecimentos sobre as denúncias de suposto uso de drogas, agressões à funcionários e abuso de menores, entre 6 e 18 anos,  - ao todo 17 - que moram no Abrigo Municipal de Esteio Construindo Novos Sonhos, as entidades resolveram partir em busca de uma solução para o problema.  A medida foi adotada na última segunda-feira (14) em reunião proposta pelo vereador Jaime da Rosa (PSB), na Câmara de Vereadores, com a presença da Promotoria Pública, Conselho Tutelar, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), vereadores, Executivo e Delegacia de Polícia de Esteio. O debate foi coordenado pelo presidente da Câmara, Felipe Costella (PMDB). 

     Há  três semanas, uma rede de televisão denunciou o caso, onde funcionários relataram o medo de serem agredidos e os problemas enfrentados no local com a falta de estrutura. O Abrigo Municipal , localizado na rua 24 de Agosto, 2977,  foi criado em 29 de março deste ano. Até fevereiro as crianças e adolescentes faziam parte da Associação Meninos de Esteio (AME), através de um convênio com o município, que foi encerrado e o atendimento passou a ser do Executivo. Conforme a escrivã da DP de Esteio, Maria Cristina Horn, as cinco denúncias que chegaram à delegacia, foram verificadas como verdadeiras. "Até sexta-feira, as denúncias estarão na Promotoria Pública", informa.
     Para a conselheira tutelar, Flávia Weeck, o CT fez todos os movimentos para que fossem adotadas medidas  que protegessem os abrigados, entre os quais, dois cadeirantes e três portadores de necessidades especiais. Resolvemos deixar o caso com a Promotoria Pública e ao Juizado de Menores. Já a  diretora da Apae, Tatiana Tanara, os problemas vinham sendo acompanhados  e apontados desde que o abrigo foi criado e foram alvo de diversas reuniões com as entidades envolvidas e o Executivo. "A Apae sempre foi parceira, mas concluímos que o ambiente não era satisfatório. Depois de muito esforço conseguimos  a guarda de cinco crianças, que agora estão com seus direitos garantidos", ressalta.

    Também o presidente do Comdica, Manoel Pedro Rodrigues, disse que o conselho já liberou R$ 31 mil para compra de equipamentos e R$ 5 mil para atendimento médico. "É preciso que o abrigo atenda integralmente o Estatuto da Criança e do Adolescente", comenta.

    Já o presidente da Ame, Rubem Rieger, ressalta que estes problemas, em menor escala, ocorriam também na Ame. "A Ame não tinha mais estrutura física para atender estas crianças,", explicou. Rieger disse que a Ame também não estava mais dando conta da situação, com o crescente uso de drogas.

    O Promotor da Infância e da Juvetude, Gustavo Zetler,  que está há dois meses frente à promotoria, disse não entender a falta de solução para a situação dos abrigados. "São várias instituições envolvidas com boas intenções. Porque não foi resolvido ainda?", questiona. Zetler disse que já tem uma criança internada por sérios problemas com dependência química.

    Segundo o secretário de Articulação e Comunicação, Siegfried Bernich, a prefeitura está reformando o local para divisão dos internos e está contratando novos profissionais.

    A coordenadora do abrigo, Juliana Flores,  explicou as dificuldades enfrentadas desde a inauguração e destacou que, com o problema instalado, em especial sobre a dependência química, eram necessárias medidas para conter a situação. "Precisamos de suporte da rede especializada, oferecendo atendimento a saúde e à dependência química", disse.

    A vereadora Tânia Marli Rodrigues(PTB) destacou a preocupação com as meninas internas. "É preciso orientação e atendimento médico-ginecológico para estas abrigadas", avisa. Já a vereadora Michele Pereira (PT) lembrou que a Câmara aprovou, em regime de urgência, profissionais para o atendimento. Também a vereadora Therezinha Heller (PPS) salientou que faltou organização do Executivo quando colocou pessoas que não estava preparadas para atender a demanda. Harri Zanoni (PSB) reforçou que os trabalhadores recebem um baixo salário - R$ 830,00 - e sem segurança. O presidente da Câmara, Felipe Costella, questionou se os problemas já ocorriam na Ame e se houve uma mudança no perfil das crianças que chegaram ao abrigo. Já o vereador Luiz Duarte (PTB) apontou a questão estrutural do abrigo, que precisa receber reformas com urgência.

    Entre as sugestões para auxiliar na proteção dos funcionários está a contratação de uma empresa de segurança, proposto do vereador Jaime da Rosa. Além disso, em 30 dias, haverá uma nova reunião para avaliar a situação dos internos do abrigo. Participaram do encontro os vereadores os vereadores Leonardo Dahmer (PT) e Jane Battistello (PDT).

Por Terezinha Bobsin Reg prof MTb 7156