17/11/2009 - Alternativas de restauração do Seminário Claretiano são tema de encontro em Esteio
Em busca de alternativas para resolver a situação de abandono dos prédios do Seminário Claretiano, em Esteio, tombados como patrimônio histórico em 2000, a presidente da Câmara, Michele Pereira (PT), o prefeito, Gilmar Rinaldi, ex-prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, a produtora da Ato Produção Cultural, Beatriz Araujo, além do presidente do Conselho Municipal de Cultura, Ricardo Silva e o secretário de Cultura, Rafael Figliero, visitaram o local na manhã de ontem (17). Mainardi, ex-deputado federal , que presta assessoria às prefeituras, afirma que experiências de Bagé na restauração do patrimônio local deram certo. Para ele, como a área de recuperação é muito grande , é necessário captar recursos junto à Lei Rouanet e parcerias com empresas. A expectativa, de acordo com Mainardi, é que em fevereiro do ano que vem o projeto de restauração seja apresentado a empresa contratada, caso seja efetuada a parceria. A estimativa de custo, conforme o ex-deputado, para a parte da frente é de, no mínimo, R$ 6 milhões. "É um valor muito alto pela dimensão da área construída", ressalta. Luiz Fernando Mainardi também falou em manter a parte da frente como ruina, a exemplo de Sâo Miguel das Missões, e recuperar os outros dois prédios.
A produtora cultural explica que, mesmo com o projeto pronto, o início da recuperação seria em 2011. "Como a área é ampla, é necessário a realização por etapas", ressalta. O ex-deputado Mainardi e Beatriz Araujo, já coordenaram vários projetos, entre eles da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre e projetos em Pelotas e Bagé. "Nossa intenção é trazer de volta o patrimônio cultural da cidade", explicam.
O prefeito disse que deverá encaminhar ainda nesta semana os dados sobre o local à assessoria de Mainardi. A presidente da Câmara ressalta que a Câmara será parceira na recuperação do patrimônio da cidade.
História:
Em 29 de dezembro de 1940, foi lançada a pedra fundamental, dando início a construção do Seminário Claretiano, que viria abrigar jovens de todo o Rio Grande do sul, na formação superior de sacerdotes claretianos. Na época, estava à frente, o padre Felipe Atucha, também fundador da Paróquia Imaculado Coração de Maria. A inauguração do prédio, que possuía uma área de 11 mil metros quadrados, sendo 6.454 metros quadrados de área construída, foi em 19 de março de 1943. Em 1º de dezembro de 1990 o seminario encerrou suas atividades. Temendo a total destruição, a Câmara de Vereadores tombou o prédio como patrimônio histórico em 21 de agosto de 2000, através da lei municipal 3062/00. Em junho de 2004, o único padre que ainda residia no local, André Carbonera, vinha sendo "sitiado" por jovens que usavam os prédios para o uso de droga e prostituição. Em 13 de agosto de 2005, foi incendiado. Há cerca de um mês, um novo incêndio colocou em risco o segundo prédio. As chamas foram controladas a tempo pelo Corpo de Bombeiros. (Parte da história foi retirada do livro Ao Longo do Trilhos, do jornalista Miguel Luz).